quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Vivendo e aprendendo


Quando eu era pequeno, costumava olhar para o céu durante a noite. Era fascinante contemplar o infinito! Ficava horas e horas imaginando como tudo havia iniciado, minha mente precisava de respostas. Sempre que surgia uma possível resposta para questão, a origem de tudo, uma mesma pergunta voltava a se repetir: sendo esta  a origem de tudo, de onde ela veio, como começou... Meu Deus que dor de cabeça!
E quando já não agüentava mais dar um monte de voltas e não chegar em lugar algum, abandonava a mente e simplesmente contemplava. Era aí que tudo começava, trocando o entender pelo sentir! Neste momento já não tinha a menor importância qualquer explicação, a única coisa que fazia sentido era viajar livremente pelo espaço. “Durante minhas viagens percebia que eu era uma parte do todo e isto me deixava muito alegre. Tudo me encantava, mas havia algo que me chamava mais à  atenção, pela sua luz e pela sua paz as estrelas eram paradas obrigatórias nas minhas viagens. Era capaz de ficar tempos incontáveis olhando para elas. Quanta tranqüilidade, quanta segurança. Uma estrela é um ser grandioso em beleza e em bondade, pois doa luz infinitamente sem pedir nada em troca, sem fazer distinção. Sabe que faz parte de um todo maior e trabalha para ele, é por isso que as estrelas brilham, e todo aquele que trabalhar pelo outro em nome do todo maior um dia acabará brilhando”. De repente minha viagem era bruscamente interrompida, ela estava de volta, minha mente. Fazendo um monte de perguntas e duvidando de tudo. Minha dor de cabeça ia começar de novo.
Alguns anos mais tarde perdi o costume de olhar para o céu, deixei minhas viagens de lado, e resolvi me preocupar com coisas que podia entender. Um certo dia lendo um livro que todos diziam ter muita importância, conheci uma pessoa que tinha uma proposta muito ousada, mudar o mundo. Encantei-me com os seus ensinamentos. Acompanhava com muita atenção a tudo que era ensinado pelo sublime mestre, até a hora em que me deparei com um ensinamento que me paralisou, não havia meios de entender aquilo. Lembrei imediatamente do céu, das estrelas e de todo universo, mais uma vez não encontrava nenhuma resposta. Pensei em desistir como havia feito há anos atrás, mas esta idéia não me agradava nem um pouco, se fizesse isso, tudo perderia o sentido, se toda vez que as dificuldades se apresentassem para mim eu desistisse, não conseguiria viver mais comigo mesmo. Só via uma saída para desvendar aquele ensinamento e ela era a mais absurda. Esta saída era viajar. Muito tocado pelas belas palavras daquele homem, que o livro considerava um Deus, resolvi aventurar-me na empolgante proposta do mestre. Não era nada fácil iniciar a viagem, deixar para trás tudo que outrora havia aprendido, tinha a sensação que voltava a ser criança. Passado algum tempo, comecei a notar uma profunda mudança interior, e cheguei a seguinte conclusão: se os ensinamentos daquele homem foram capazes de me mudar, também poderiam mudar o mundo, afinal de contas, o que é o mundo se não a soma de todos os seres existentes? Neste momento percebi que estava trabalhando para o todo maior, assim como as estrelas. E o ensinamento que fez com que eu mudasse a minha vida, foi o seguinte:
“Vós sois a luz do mundo”.   

Carlos Henrique Viard Junior    (04/09/2004)

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