Quando eu era pequeno, costumava olhar para o céu durante a noite. Era
fascinante contemplar o infinito! Ficava horas e horas imaginando como tudo
havia iniciado, minha mente precisava de respostas. Sempre que surgia uma
possível resposta para questão, a origem de tudo, uma mesma pergunta voltava a
se repetir: sendo esta a origem de tudo,
de onde ela veio, como começou... Meu Deus que dor de cabeça!
E quando já não agüentava mais dar um monte de voltas e não chegar em
lugar algum, abandonava a mente e simplesmente contemplava. Era aí que tudo
começava, trocando o entender pelo sentir! Neste momento já não tinha a menor
importância qualquer explicação, a única coisa que fazia sentido era viajar
livremente pelo espaço. “Durante minhas viagens percebia que eu era uma parte
do todo e isto me deixava muito alegre. Tudo me encantava, mas havia algo que
me chamava mais à atenção, pela sua luz
e pela sua paz as estrelas eram paradas obrigatórias nas minhas viagens. Era
capaz de ficar tempos incontáveis olhando para elas. Quanta tranqüilidade,
quanta segurança. Uma estrela é um ser grandioso em beleza e em bondade, pois
doa luz infinitamente sem pedir nada em troca, sem fazer distinção. Sabe que
faz parte de um todo maior e trabalha para ele, é por isso que as estrelas
brilham, e todo aquele que trabalhar pelo outro em nome do todo maior um dia
acabará brilhando”. De repente minha viagem era bruscamente interrompida, ela
estava de volta, minha mente. Fazendo um monte de perguntas e duvidando de
tudo. Minha dor de cabeça ia começar de novo.
Alguns anos mais tarde perdi o costume de olhar para o céu, deixei
minhas viagens de lado, e resolvi me preocupar com coisas que podia entender.
Um certo dia lendo um livro que todos diziam ter muita importância, conheci uma
pessoa que tinha uma proposta muito ousada, mudar o mundo. Encantei-me com os
seus ensinamentos. Acompanhava com muita atenção a tudo que era ensinado pelo
sublime mestre, até a hora em que me deparei com um ensinamento que me
paralisou, não havia meios de entender aquilo. Lembrei imediatamente do céu,
das estrelas e de todo universo, mais uma vez não encontrava nenhuma resposta.
Pensei em desistir como havia feito há anos atrás, mas esta idéia não me
agradava nem um pouco, se fizesse isso, tudo perderia o sentido, se toda vez
que as dificuldades se apresentassem para mim eu desistisse, não conseguiria
viver mais comigo mesmo. Só via uma saída para desvendar aquele ensinamento e
ela era a mais absurda. Esta saída era viajar. Muito tocado pelas belas
palavras daquele homem, que o livro considerava um Deus, resolvi aventurar-me
na empolgante proposta do mestre. Não era nada fácil iniciar a viagem, deixar
para trás tudo que outrora havia aprendido, tinha a sensação que voltava a ser
criança. Passado algum tempo, comecei a notar uma profunda mudança interior, e
cheguei a seguinte conclusão: se os ensinamentos daquele homem foram capazes de
me mudar, também poderiam mudar o mundo, afinal de contas, o que é o mundo se
não a soma de todos os seres existentes? Neste momento percebi que estava
trabalhando para o todo maior, assim como as estrelas. E o ensinamento que fez
com que eu mudasse a minha vida, foi o seguinte:
“Vós sois a
luz do mundo”.
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