domingo, 13 de outubro de 2013

Texto da semana - Professor Carlos Henrique Viard Junior

Seja feliz por nada

Está tudo bem com você. Esta é uma afirmação que é feita por aqueles que quando olham para você são capazes de ver a realidade além das aparências, pois olham com os olhos que veem. Olham sem a interferência da mente pensante, sem a identificação com ela.

Afirmam ser a felicidade, a paz e o amor sua condição natural. Mas, enquanto você estiver acreditando no que dizem seus pensamentos, ou pior, acreditando ser você mesmo estes pensamentos, você perde a experiência sublime.

Neste instante você não somente é feliz, mas é também a fonte de toda felicidade. Esta felicidade suprema não depende de nenhuma causa ou condição externa, não lhe será dada pelo mundo. Pois, esta é a condição natural do Eu Verdadeiro. A ignorância em relação ao Eu Verdadeiro surge tão logo passamos a acreditar que somos o eu que surge em nossas mentes e passamos a buscar a felicidade para este eu.

Mas, somos a fonte de toda felicidade! E se nos perdemos de nós mesmos quando acreditamos em nossos pensamentos, por que não silenciar e observar um pouco? Respire, sinta-se presente como sendo a consciência que observa, não se identifique com os pensamentos que estão sendo observados. Lembre-se que é a mente que está pensando e que você deve buscar estar presente Naquilo que é independente do que o que a mente está pensando.

Abra este espaço para o Ser e poderá sentir uma alegria que não virá com nenhuma justificativa. Uma felicidade por nada. Estará consciente de Si mesmo. Agora esteja muito presente e atento, não tente entender esta experiência racionalmente, pois é justamente a mente racional que obscurece esta experiência.

Racionalmente basta entender que não há nada na esfera mental para ser compreendido. Quando surgir esta compreensão entraremos em silêncio e dentro deste silêncio experimentaremos o que realmente somos. Saberemos a partir de uma experiência direta sermos a fonte de toda felicidade, amor e paz.

Quando a mente buscar definir esta experiência, ela a chamará de estar feliz por nada. Ela não tem como compreender o que é e como opera o Espírito. Logo, ao experimentar a felicidade espiritual, a mente entende assim.

É na esfera mental que surge a ideia de que precisamos de algo para ser felizes. Acreditamos nisto e perdemos a condição natural. Assim, sendo nós mesmos a fonte de toda felicidade, saímos iludidos para buscá-la.

Quando estiver experimentando esta felicidade por nada esteja atento para não buscar associá-la com alguma razão. Você pode entrar neste estado sem esforço, pois basta a sua mente se acalmar. Mas, quando este estado surgir, não ceda à tentação da mente que buscará associar esta felicidade com seu relacionamento, sua atividade profissional, a programação das férias, sua saúde, etc. E buscando uma razão para esta felicidade se liga aos fatos do mundo e acaba acreditando novamente que as coisas não vão bem. Assim, nos perdemos de nós mesmos, nos identificando com nossos falsos “eus”. É assim, a mente volta fazendo associações com o mundo para justificar a felicidade. Olha para o mundo e entende que não há razão para esta felicidade. A mente prefere ter razão do que ser feliz!

A felicidade real dissolve a mente pensante da mesma forma que a cânfora se consome no fogo. Não resta mente, mas somente felicidade. Por isso a mente luta contra a felicidade, nos enganando, nos fazendo acreditar que estamos buscando felicidade a partir dela. 

Podemos perceber isto quando vemos alguém criticando pessoas que estão felizes por nada, pessoas que vivem rindo a toa, estão sempre contentes sem motivo. A mente pensante não pode aceitar esta ideia de estar feliz por nada. E diz que estas pessoas deveriam sair para conquistar algo, vencer, ficar famosas, arrumar namorados e etc. Não percebendo que não existe benção maior que estar feliz por nada.


Um nada na concepção mental, mas um tudo para aquele que tem compreensão ou experiência espiritual. Abrimos mão de tudo que o mundo nos oferece, de todo esforço para sermos felizes e percebemos toda a felicidade do Ser aqui e agora, em nós mesmos. Descobrimos que somos felizes sempre. Naturalmente, inspiramos a paz, exalamos o amor.

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