Vós sois Deus
Os pensamentos que
duvidam da Onipresença Divina e sua incessante paz são muitos e convincentes.
Confundimo-nos com eles, achamos que somos nós que estamos pensando. Lembre-se
de que, mesmo quando decide não pensar e não se esforça para pensar, os
pensamentos seguem surgindo. Esses pensamentos são gerados pelo automatismo da
sua mente, eles não são seus. E ligados a eles parece ser realidade tudo que
sugerem. Mas não é. A realidade fica obscurecida pelas aparências. Quando olhar
com os olhos livres da influência dos filtros da mente, verá, olhando para os
mesmos objetos, pessoas e situações, pura perfeição e paz. Presença de Deus.
Não há nada mais
precioso do que perceber em si mesmo uma realidade absolutamente perfeita,
feliz e pacífica. Abra sua mente para essa ideia. Não se deixe arrastar pela
percepção sensória.
Existe um conto no qual
se narra a história de um homem que, andando, à noite, por uma trilha, avista
uma corda cruzando-lhe o caminho, mas tem a impressão de ter visto uma cobra.
Por acreditar ser a corda uma cobra, sobe numa árvore e passa a noite com medo,
sentindo frio. Quando o dia amanhece, ele pode perceber que é somente uma
corda. Fica tranquilo e segue seu caminho.
A cobra nunca existiu,
mas, enquanto estava escuro, o homem não conseguia discernir entre a realidade
da corda e a irrealidade da cobra. Por isso, sentiu muito medo. Quando surgiu a
luz, ele pôde ver com clareza. A paz, que sempre estivera presente, deixou de
ser obscurecida pelo medo e evidenciou-se. O objeto para qual ele olhava
continuou o mesmo, mas agora ele o via diferente, em sua real dimensão.
É o mesmo que acontece
com a maioria de nós hoje. Tudo no mundo é Deus, só existe Deus. Porém olhamos
o mundo e o interpretamos mentalmente, assim não o vemos em sua real dimensão.
A mente pensante é pura escuridão no que diz respeito a reconhecer a realidade.
Quando olharmos este mesmo mundo sem a interferência da mente, sem
identificação com os pensamentos, despertaremos a visão iluminada. Veremos as
coisas como são. Saberemos quem somos nós. Ficaremos tranquilos e seguiremos
nossos caminhos em paz.
Ouvi a história de um
homem que costumava beber muito sempre no mesmo bar. No fim da noite, pedia a
seu motorista que o levasse para casa. O motorista sempre o levava. Certo dia,
esse homem bebeu muito dentro de casa e pediu ao motorista que o levasse para
casa. O motorista disse a ele que ele já estava em casa. Mas, não acreditando,
ele exigiu que o motorista o levasse para casa. O motorista colocou-o no carro,
tirou o carro da garagem, deu algumas voltas pelo bairro e, depois, levou-o de
volta para casa.
Essa é a condição
relativa da maioria dos homens. Já estão em casa, no real, em paz. Mas embriagados pela identificação com a mente e
suas emoções. Buscam Deus, dão voltas e mais voltas, na religião, na filosofia,
na arte, na ciência... Querendo
respostas para sua origem, para o cessar de suas aflições. E não conseguem perceber
as respostas no aqui e agora. Bastaria silenciar e, imediatamente,
saberiam. Como, pois, experimentar a
realidade, se a buscamos a partir daquilo que a obscurece?
“Conhecereis a Verdade,
e ela vos libertará”. Assim nos fala Jesus. Se Jesus nos diz que conheceremos a
Verdade, logicamente está dizendo que não a percebemos neste momento. Quando
afirma que, cônscios da Verdade, estaremos livres, podemos entender que,
enquanto iludidos, estamos presos. E é exatamente por essa condição que
passamos agora. Estamos presos aos pensamentos, acreditamos que eles traduzem a
Verdade. Mas somente quando nos desligarmos deles, poderemos experimentá-La e
vivenciar a real liberdade. Conheceremos Deus, conheceremos a nós mesmos.
Saberemos que Deus está em tudo, que nós estamos em tudo. Pois nós e Deus somos
UM.
Desista de entender isso mentalmente! Basta entender, mentalmente, que,
mentalmente, não poderemos entender. Silencie e saiba!
Muitos silenciaram,
amaram e despertaram. Busquemos inspiração neles, pois são eles que realmente ensinam Yoga!
Texto: Carlos Henrique Viard Junior
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