segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Retiro Urbano

INSPIRANDO PAZ, EXPIRANDO AMOR...

Nos dia 7 e 8 de dezembro realizamos na Academia Hermógenes nosso Retiro Urbano. Foram momentos de Hatha Yoga, Meditação, ensinamentos e troca de experiências entre os participantes. No domingo saímos da Academia e seguimos para o almoço beneficente em favor do DocHermógenes, onde tivemos a grande honra de encontrar o querido professor. 


Encontro com o Professor Hermógenes

Carlos Henrique e Eraldo Amay 

Na Academia Hermógenes

Presenteamos nossos amigos e seguidores deste blog com a Divina Palestra de Eraldo Amay

A Arte de Amar

1) Amar a todos. Quer dizer, a cada um que passar por nós durante o nosso dia, em casa, no trabalho, na escola, na rua, em todos os lugares enfim. É um amor que não faz acepção de pessoas, que não discrimina, e se manifesta concretamente em atos de serviço sem interesse próprio. Em "todos" estão compreendidos os que nos são simpáticos e os que nos são antipáticos, os que nos tratam bem e os que nos tratam mal, até mesmo aqueles que são declaradamente nossos desafetos, segundo o preceito de Jesus: "Amai os vossos inimigos, os que vos perseguem, os que vos caluniam". Esse passo da Arte de Amar fundamenta-se na passagem do Evangelho em que Jesus, falando do Pai, nos diz que Ele faz chover sobre bons e maus, sobre justos e injustos, ou seja, Ele é o mesmo Pai para todos e Seu amor não escolhe uns e despreza outros. Devemos ter clareza de que todos somos filhos do mesmo Pai, independentemente de posição social, raça, cultura, religião...

2) Amar espontaneamente, isto é, por primeiro. Não devemos esperar sermos acolhidos para acolher. Devemos lançar-nos no acolhimento de todos, independentemente de sermos ou não acolhidos. Tal passo está relacionado à própria vinda de Jesus ao mundo. Ele veio como expressão do amor do Pai, sabendo que seria desprezado por muitos. Jesus não esperou ser amado para amar. Amou por primeiro. Assim, aprendendo com Jesus, podemos fazer. Se chego a um local onde haja várias pessoas, não devo ter a expectativa de que elas me recebam bem, mas devo (posso) lançar-me na recepção delas, amando-as por primeiro. Tal passo está na conformidade do que se encontra na oração de são Francisco: "Ó Mestre, fazei que eu procure mais amar do que ser amado".

3) Amar ao próximo como a si mesmo. Colocar-se no lugar dele. E se fosse eu? Gostaria de ser compreendido e perdoado em minhas faltas? Ou quereria a intolerância do meu próximo? Amar, portanto, como eu gostaria de ser amado, fazendo ao meu próximo o que eu quereria que se fizesse a mim. Esse passo fundamenta-se na Regra de Ouro exposta no Evangelho de são Mateus: "Tudo o que quereis que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles". Em nossos relacionamentos cotidianos, agimos, às vezes, com os outros, de maneira contrária ao que gostaríamos de que fosse feito a nós. Devemos, então, estar atentos para nos exercitarmos em nos colocar no lugar do nosso irmão, quem quer que seja ele.

4) Amar ao próximo vendo Jesus nele. Há uma passagem no Evangelho em que Jesus diz mais ou menos isto: "Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, a Mim estareis fazendo". Então, vivenciando a Arte de Amar, procuramos ver Jesus em cada um, amando-O em cada um. Eu, Eraldo, vivo uma experiência de adoção tripla há mais de vinte anos. Tenho um só filho gerado por mim e por minha esposa, e adotamos, no fim da década de 80, três crianças. As pessoas nos diziam que era um ato de muita coragem, e nós lhes respondíamos que era apenas uma questão de coerência. Ao acolhermos como filhos o Adriano, a Ana Cristina e o Diogo, a Jesus estávamos acolhendo. Em sala de aula, de cada vez que me dirijo a um aluno, mesmo para chamar sua atenção, não perco de vista que o que eu fizer a ele é a Jesus que estou fazendo, porque assim Jesus nos diz. E como Jesus é manifestação de Deus, é com Deus que me relaciono ao relacionar-me com as pessoas.

5) Fazer-se um com todos em tudo, menos no pecado. Esse talvez seja o passo por excelência da Arte de Amar. O que é fazer-se um? É esvaziar-se de si para construir a unidade com o próximo. Gosto muito do exemplo da coleção de selos. Alguém, no meu trabalho, possui um álbum com selos de diversos países. Eu, particularmente, não tenho interesse algum por selos. Mas tal pessoa leva para o trabalho sua coleção e quer mostrar-me. Eu posso, delicadamente, dizer-lhe que naquele momento não estou disponível para ver sua coleção (em virtude do meu desinteresse por selos). Mas posso esvaziar-me do meu não interesse por selos e fazer-me um com essa pessoa, dando-lhe a mais plena atenção. Tal exercício é importantíssimo no sentido de irmos podando nosso ego, libertando-nos dessa prisão. Costumo citar também, como exemplo, a relação de um casal em que o marido, aos domingos, gosta de sentar-se diante do aparelho de televisão e assistir a uma partida de futebol. Sua esposa, porque não gosta de futebol, passa pela sala e reclama com ele. Ela poderia viver esse passo da Arte de Amar. Esvaziar-se de seu desinteresse pelo futebol, sentar-se ao lado do marido, pedir que ele lhe explique algumas regras desse esporte, construir a unidade entre eles. Fazer-se um em tudo, menos no pecado. Sim, se alguém me propõe, por exemplo, que vejamos juntos uma revista pornográfica, então não me faço um, pois devo harmonizar minha mente e não excitá-la. Com mansidão e amorosidade, recuso-me a me fazer um no erro.


6) Amar dando a vida. Jesus, na noite anterior à Sua crucificação, disse aos apóstolos que lhes deixava um novo mandamento:"Amai-vos como eu vos amei". Onde está a novidade desse mandamento? Exatamente no "como", isto é, na medida do amor. Em que medida Jesus amou a humanidade? Sua medida foi ilimitada, porque passou pelo sacrifício do Calvário, dando sua vida em oblação. Pois é assim que ele orienta seus discípulos: que se amem dando a vida. É claro que dar a vida não será sempre algo que envolva a morte do corpo físico, mas temos a oportunidade de "morrer" frequentemente para amar como Jesus. Se alguém bate à minha porta no momento em que, após um dia de trabalho, estou preparando-me para descansar, eis uma oportunidade de "morrer" para o meu descanso, de dar a vida, portanto. Morro para mim e vou atender a quem precisa de mim naquele momento, no momento presente, esse momento que tenho para vivenciar o amor. Fazendo assim, minha alma se preenche de bem-aventurança, e eu percebo que, por trás da multiplicidade de formas, todos somos UM.

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