segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Eu, O Mestre e o Silêncio


Silêncio... É muito comum na presença de um Mestre nossa mente silenciar, as palavras sumirem. Antes de encontrá-Lo, pensamos nas perguntas que poderíamos fazer, nas dúvidas que poderíamos esclarecer, em possíveis pedidos... Mas, quando O encontramos, quando chega o grande momento... Silêncio! Parece que a mente some, as palavras não brotam. Um verdadeiro Mestre tem para nos dar sempre muito mais do que temos para pedir. Por trás de todas as nossas perguntas e pedidos está a nossa busca por paz e felicidade. Mas, a paz e a felicidade que sentimos na presença do mestre estão além de todas as respostas e entendimentos. Chegamos com uma sede de conhecimento intelectual e Ele nos acolhe com Sua Presença Espiritual. Como é doce a presença do Mestre!

Mas, quem é O Mestre? O Mestre é Deus. E onde Ele está? Em tudo e em todos, Ele é onipresente, somente Ele existe. Isto significa que Ele está em nós, é o Ser Real. Como ainda não purificamos nossos corações a ponto de despertar a noção real de realidade, como ainda equivocadamente nos confundimos com mente e corpo, O reconhecemos em uma forma específica aparentemente separada de nós. E quando estamos na sua presença acreditamos que toda paz e felicidade que sentimos é uma emanação Dele que nos atinge e beneficia. Esta é uma compreensão que surge numa mente ainda poluída pela noção de separatividade. Por algum tempo esta noção terá utilidade.

Quando despertamos para a noção de unidade, experimentamos a presença do Mestre de maneira diferente. Compreendendo e sentindo que a paz e a felicidade que brotam deste encontro não é algo que vem de fora e nos atinge, experimentamos a presença do Mestre como um reflexo puro do Ser Verdadeiro. E então, no encontro com o Mestre, sentimo-nos como se estivéssemos nos olhando no espelho. Sentimo-nos como realmente somos. Não mais estamos em paz, reconhecemos que somos a paz. Nós e o Mestre somos Um.


Quando meditamos, utilizamos uma série de meios hábeis para acalmar a mente, purificá-la e para não nos identificarmos com ela. Todos válidos e importantes. Mas, a mente silencia mesmo quando despertamos a presença do mestre. Agora o mestre interno ilumina a equivocada noção de mundo externo. E só existe O Mestre, só existe Deus, este que Eu Sou... Como é doce esta presença!

Carlos Henrique Viard Junior

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