sábado, 4 de junho de 2016

Sejam bem vindos os peregrinos


A verdadeira peregrinação espiritual é sempre o caminho que fazemos da mente para o coração. Não importa o local onde estamos ou para aonde pretendemos ir. Pois, em qualquer lugar em que estejamos, é quando sentimos nosso coração que experimentamos o sagrado e nos sentimos em casa. E, para sentirmos o coração, temos de estar inteiros no momento presente, com a respiração tranqüila, a atenção no aqui agora e a mente calma. Assim, logo descobriremos que o momento presente é sagrado e que o sagrado só pode ser encontrado no momento presente. A inteireza no momento presente é a chave para abrirmos o coração, voltarmos para casa e finalmente nos reencontrarmos com o sagrado, percebendo-o como O Ser Verdadeiro.

A peregrinação tende a ter início num processo de insatisfação com a vida, quando passamos a nos perguntar se a vida é tão somente aquilo que os sentidos percebem, que a mente pensa e que o corpo sente. Neste limitado modo de experimentar a vida, percebemos que tudo que conhecemos é impermanente. Quando nos damos conta da finitude de tudo que existe, sentimo-nos permanentemente inseguros e tendemos a entrar em aflição. E, enquanto buscamos uma solução racional para o medo da morte, caminhamos em circulo.

Entretanto, nesta sagrada peregrinação, descobriremos que existe vida e inteligência além da mente e do corpo. O coração tem muitos segredos para nos revelar e um deles é que: Quando despertarmos a sabedoria do Ser Verdadeiro, experimentaremos que todas as aflições são ilusórias, são idéias criadas pela mente com as quais equivocadamente nos identificamos.

Peregrinar é uma escolha. Provavelmente aqueles que a fazem já ouvem os sussurros do coração, dizendo: “Filho, volta para casa...”. Pode parecer um grande desafio vencer a mente e seus pensamentos que dizem: “A sua casa é este mundo!”. Mas, à medida que ouvimos mais e mais o coração, compreendemos que nele está nossa verdadeira consciência. Além disso, damo-nos conta de que a mente, antes de ser purificada, sempre mente. Ouvindo o coração passamos a escolher com liberdade e consciência. As escolhas do coração inevitavelmente nos levam a Sermos felizes! Uma felicidade além da imaginação.

Quando despertamos totalmente a sabedoria do coração, conhecemos a maior felicidade. Em verdade, a verdadeira felicidade. Espontaneamente, transbordamos a felicidade do Ser e esta sagrada felicidade passa a envolver a todos que se aproximam de nós com alguma abertura. E quando não nos resta outra realidade além de sermos felizes, não podemos fazer mais nada além de fazermos os outros felizes!

Carlos Henrique Viard Junior

Abadiânia, 01 de junho de 2016. 

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