terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Eu e a Paz


“Não existe caminho para paz, a paz é o caminho”.
Mahatma Gandhi

Vivia numa grande tempestade,
Onde as flores eram destruídas
E os rios transbordavam.

Meu caminho era o caminho do vento,
Ora suave, ora violento.

A sobrevivência era uma luta selvagem.
Na qual mesmo o vencedor saía derrotado.

Seres estranhos, estranhamente corajosos,
Destoavam do caótico cenário.
Viviam envoltos de uma paz inabalável, inacreditável!

Eram os principais alvos da tempestade,
Os mais perseguidos pelos ventos, pelos trovões,
Pela fúria das águas...

Nunca lutavam e sempre venciam.
Eram chamados de loucos, pois diziam amar seus perseguidores.

Meu espírito clamava por paz e absurdamente só enxergava uma saída,
Aqueles seres eram minha esperança.

O caminho até eles era duro e tortuoso,
A tempestade se tornava cada vez mais cruel.
Cheguei ao meu limite, não podia fazer mais nada.

Sentado numa pedra e completamente derrotado
Tive uma visão que renovou minhas energias e iluminou meu caminho.
Um enorme pássaro branco voava imponente pelo cinzento céu
Da minha vida, parecendo voar num divino céu azul.

Parecia loucura, certamente uma ilusão.
Mas não, era um sinal, uma mensagem.
A única loucura possível era continuar vivendo na tempestade.
Segui o pássaro.

Era encantadora a maneira como ele me guiava.
Parecia que dava mais importância a mim do que a ele mesmo.
Segui-lo era um desafio, uma aventura, uma graça.

Aos poucos acontecia uma iluminada mudança.
A tempestade, minha querida tempestade, continuava a mesma.
Mas eu havia me transformado, dentro da tempestade, em outro ser.

Agora eu sou como aquele pássaro.
Agora eu sou um ser estranho, estranhamente corajoso.

Aprendi a suprema lição.
Procurando pela paz me encontrei. E me encontrando, encontrei-me com a paz.

Carlos Henrique Viard Junior


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